foto: Divulgação
Irônico e trocista, Germano é reconhecido por manipular a realidade e a ficção, fundindo, distorcendo, recriando, tal como na pintura impressionista. O autor cria as personagens e lugares dos seus romances sem desenhar pormenores ou detalhes, mas criando nos leitores as impressões necessárias à construção psicológica e até física desses personagens e lugares.
Harold Bloom, ao elevar Machado de Assis à categoria de gênio, escreveu: “apesar de ter vivido no Rio de Janeiro...”. Não faremos essa maldade com Cabo Verde, contudo vá lá, o senso comum não espera encontrar um gênio na literatura do simpático arquipélago. Mas eis Germano Almeida, gênio, sem dúvida. Não falaremos mais disso, leia-o e tire suas próprias conclusões. Germano não vem a Cachoeira apenas para falar de sua literatura ou de Cabo Verde, onde já exerceu o cargo de Procurador Geral. Vem debater com João Pereira Coutinho sobre as heranças lusas e as peculiaridades dos mundos lusófonos formados a partir da epopeia portuguesa do século XV. Aliás, isso não importa. Ouça-o e tire suas próprias conclusões.
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