terça-feira, 11 de outubro de 2011

As expectativas do curador

foto: Alan Lobo

Pedem um texto meu sobre expectativas para a Flica como curador. O que dizer? Estou ansioso, é óbvio, morrendo de medo que as mesas não funcionem como foi imaginado, mas, ao mesmo tempo, torcendo por isso, quero ser surpreendido, talento os convidados têm para me surpreender, surpreender o público.

Tudo que precisava ser escrito já o foi, por autores que já morreram. Não haveria, portanto, utilidade nenhuma em reunir autores contemporâneos. Nada do que disserem acrescentará algo transcendental ao que já foi escrito. Partindo desse pressuposto, o que vamos fazer em Cachoeira? Jogar conversa fora, praticar filosofia de boteco, num lugar apropriado a esse tipo de exercício desnecessário, mas muito prazeroso. Eu sempre quis bater papo, simplesmente bater papo, com um intelectual de porte, com alguém dotado de inteligência privilegiada, capaz de propor novas questões a partir das velhas.

É isso que gostaria de ir fazer em Cachoeira, isso me anima a sair de meu apartamento com vista para o mar. Participar de bate papo, sem pretensões acadêmicas ou charlatanismo do tipo "nós temos a resposta". É o contrário dos debates acadêmicos que espero ver na Flica. Tudo que precisava ser escrito ou dito já o foi, vamos então para a festa, a festa literária, fazer o que esperamos fazer numa festa: conversar, bater papo, divertirmo-nos com bons debates. Espero que os autores convidados e o público compartilhem desse espírito da Festa. Não vamos inaugurar ou reinaugurar nada, vamos simplesmente bater papo.

Um comentário:

  1. F açamos do "FLICA" de Cachoeira / Bahia !
    L iberdade e Democracia !
    I niciantes e Antigos Literários !
    C aminhem juntos Democraticamente !
    A migos se tornem nessa festa Cachoeirense !

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