segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Juiz não gosta de debater, mas...

foto: Genilson Coutinho


É um poder incontrastável: juiz manda, cumpra-se, não adianta argumentar. É muito poder, e os juízes do Brasil se acostumaram a esse poder, não debatem, é a arbitrariedade do cargo e vá você, quando injustiçado, reclamar com o juiz de cima. Se a decisão for de um ministro do STF, nem isso resta, acabou, é a interpretação da lei que vale, até mais que a própria lei.


Luislinda Valois parece que não se acostumou a esse rito de poder absoluto, aceita conversar, dar a cara ao debate. E é isso que ela vem fazer na Flica. Sim, ela traz um veredito de casa: o afrodescendente é discriminado e a reparação faz-se necessária para mudar isso. Mas só o fato de aceitar participar de uma mesa em que as regras não são as do TJ já é uma grande novidade.


A mesa é sobre história e negritude, mas se eu fosse Márcio Meireles, o mediador, perguntaria: "Excelência, é verdade que seus pares não gostam de debater ou isso é só impressão de quem se sente injustiçado"?
Aurélio Schommer

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